sábado, 11 de outubro de 2014

Dia do Município: Guaíba

Guaíba é um município da Microrregião de Porto Alegre, na Mesorregião Metropolitana de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, no Brasil. É banhado pelas águas do Lago Guaíba.

História: No atual território do município de Guaíba, encontramos sítios arqueológicos representativos da cultura guarani. Segundo Laroque (2002), a primeira e mais antiga tradição localizada nos campos abertos ao longo da borda do rio Sinos, Caí, Taquari, Pardo, Jacuí e Laguna dos Patos é a tradição umbu, conhecida também, como o povo da flecha. Estas populações indígenas teriam vivido entre 10000 e 6000 a.C. Os guaranis, pertencentes à família linguística tupi-guarani e portadores da tradição ceramista tupi-guarani, ocupavam as várzeas dos grandes rios, como o Uruguai, Jacuí e seus afluentes ou junto à Laguna dos Patos. Eram horticultores e ótimos ceramistas, mas também se dedicavam à caça e à pesca, além de praticarem a antropofagia. É possível afirmar que, nas terras onde temos o município de Guaíba, ocorreram muitos confrontos entre índios e colonizadores, tanto espanhóis como portugueses. Estas populações sofreram violenta redução demográfica, lutando por seu espaço. Porém, o avanço colonial e nacional os empurrou para a desestruturação cultural e a redução física de seu território, causando sérias consequências que atingem seus descendentes até hoje. A disputa de fronteiras travada nos domínios sul-americanos entre Portugal e Espanha envolveu, também, a área que compreende o atual município de Guaíba. A distribuição das sesmarias foi um sistema utilizado pela coroa portuguesa durante o Brasil Colônia, para que terras devolutas, no sul do Brasil, fossem ocupadas. O sesmeiro, de origem portuguesa ou açoriana, deveria ocupar as terras com a criação do gado vacum, cavalar e muar, erguer a sede da sesmaria e benfeitorias como olaria, charqueadas, galpões, senzalas, capela, cemitério e arvoredos. Além de organizar economicamente suas terras, deveria também defendê-las militarmente a favor de Portugal a fim de evitar a ocupação espanhola e guarani.

Sesmarias: Depois da vitória sobre os espanhóis (1776), todo o território ao sul do Rio Jacuí foi ocupado pelos portugueses, até os limites determinados, em 1777, pelo Tratado de Santo Ildefonso. Foram distribuídas sesmarias em toda esta área. As terras, pertenceram à sesmaria de Antônio Ferreira Leitão. Concedida oficialmente em 1793, possuía três léguas de comprimento e uma légua de largura (13 km²). Ferreira Leitão era casado com Maria Meireles de Meneses, neta de Jerônimo de Ornelas, sesmeiro que se estabeleceu nos altos do Morro Santana, em Porto Alegre, em 1732.

Berço da Revolução Farroupilha: A antiga sesmaria de Antônio Ferreira Leitão passou, por herança, para sua filha dona Isabel Leonor, casada com José Gomes de Vasconcelos Jardim.Esta fazenda foi escolhida pelos líderes farroupilhas como ponto de encontro para as últimas tratativas referentes à tomada de Porto Alegre, por ser um local estratégico militar. Na casa de Gomes Jardim (mais tarde vice-presidente da República Riograndense) e sob a sombra do Cipreste Farroupilha, foram acertados os planos para a invasão da capital da província, o que ocorreu às 23 horas da noite do dia 19 para 20 de setembro de 1835. Gomes Jardim liderando 60 homens, partiu da conhecida Praia da Alegria para atravessar o Guaíba e unir-se às forças de Onofre Pires que já esperavam na margem esquerda. O título "Guaíba Berço da Revolução Farroupilha" surgiu na década de 1960, quando um centro de tradições gaúchas de Porto Alegre chamado Maragato, com sede provisória em Guaíba, em um desfile de cavalarianos no 20 de setembro, carregou uma faixa com estes dizeres, homenageando o município. Deste momento em diante, a população guaibense nunca mais deixou de citar a homenagem recebida.

Pedras Brancas: O povoado das Pedras Brancas, ao que tudo indica, surgiu na segunda metade do século XIX, por ser ponto de parada obrigatória para o gado. Assim, surgem as charqueadas com a presença da mão-de-obra escrava, do peão campeiro, dos tropeiros e tropas de gado em nossa região. Surgiu então, um pequeno vilamento com infraestrutura voltada para a economia pastoril. Ao mesmo tempo, as terras do atual município de Guaíba eram passagem para todos aqueles que, da região Sul e Oeste, desejassem chegar até Porto Alegre. A travessia era feita pelas águas do Lago Guaíba. Para o escoamento da produção e transporte de passageiros foram utilizados, inicialmente, pirogas (embarcações indígenas), canoas, barcos a vela e na segunda metade do século XIX o barco a vapor. A denominação Pedras Brancas está vinculada à formação rochosa existente na região, com aproximadamente 600 milhões de anos, e que apresenta as rochas mais antigas do planeta, entre elas granito em forma de monólitos ou matações. Este tipo de rocha é característico do Escudo Riograndense.

Início da urbanização: Segundo o escritor Fernando Worm, a Igreja Nossa Senhora do Livramento foi fundada por alvará imperial de Sua Majestade Dom Pedro II em 17 de fevereiro de 1857. O terreno foi doado por dona Isabel Leonor por promessa feita à Mãe de Jesus, para a qual pediu, no momento do parto, que protegesse a sua vida e a do filho que esperava. A elevação da Capela do Distrito das Pedras Brancas à condição de Freguesia marca o processo de transformação da antiga fazenda em incipiente vila. No ano de 1860, encontram-se as primeiras demarcações de lotes com os respectivos nomes de ruas, caracterizando assim o início do processo de urbanização. No Rio Grande do Sul a corrente imigratória reiniciou com o término da Guerra Farroupilha (1845). Mais tarde em 1889 chegaram à Serra do Herval (denominada assim até 1889), colonos poloneses, italianos e alemães. A demarcação dos lotes terminou em outubro de 1888, envolvendo 34 quadras e mais de 200 lotes. No início a vila era chamada de Vila Bela, depois Serro Negro e finalmente de Mariana Pimentel. A colônia de Sertão Santana foi criada em 1893 por iniciativa particular, predominando os imigrantes alemães Os colonos dedicaram–se à agricultura familiar, tendo como principais produtos a batata doce, o fumo, o arroz, o milho e a criação de animais. Quanto aos imigrantes suíço-valesanos, estes chegaram no ano de 1895 na localidade conhecida como Serrinha e Cerro Maximiliano. O ano de 1926 foi o ano da emancipação política do então Nono Distrito de Porto Alegre – Pedras Brancas. O município criado em 14 de outubro de 1926 foi batizado de Guaíba em homenagem ao Lago Guaíba. Esta denominação aparecia em antigos textos e mapas do século XIX. Segundo Teodoro Sampaio, a palavra Guaíba é de origem tupi, gua-ybe e tem o sentido de "baía de todas as águas". A grafia arcaica era Guahyba. O desejo de emancipação expressou o sentimento de autossuficiência econômica e política. O município de Guaíba criado pelo Decreto 3 697, de 14 de outubro de 1926, do presidente do estado Borges de Medeiros. Foi formado a partir dos territórios de Pedras Brancas, Barra do Ribeiro e Mariana Pimentel ; respectivamente 9º, 10º e 11º distritos de Porto Alegre.

Geografia - Localização: Localizado na margem direita do Guaíba, um lago em que cinco rios desembocam daí para o Oceano Atlântico após passar pela Lagoa dos Patos e ponto de encontro das duas rodovias federais que ligam o Brasil à Argentina e Uruguai, o município de Guaíba apresenta condições singulares de logística para empreendimentos que visam atender aos mercados do Mercosul com produtos e serviços de qualidade internacional. Inserida na região metropolitana de Porto Alegre, principal polo econômico e cultural da região, Guaíba conta com ampla infraestrutura de energia, serviços de comunicação, rede de ensino e serviços de saúde, complementados por adequada disponibilidade de mão-de-obra qualificada e a presença de importante indústrias exportadora certificadas pelas normas ISO 9000 e 14000. O acesso em menos de trinta minutos ao aeroporto internacional completa o quadro favorável ao desenvolvimento acelerado do agribusiness, indústria, comércio e turismo, neste município com grandes áreas disponíveis para estas atividades. A localização no estado de melhor qualidade de vida do país, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, é um atrativo adicional investidores internacionais que sabem identificar oportunidades.

Relevo: Principalmente campos, várzeas e alguns cerros. Guaíba apresenta também alguns morros como o Morro da Hidráulica, que se localiza ao lado do Centro da cidade, o morro da antena, entre outros. É previsto a criação de um parque no atual Morro da Hidráulica para preservar a região, onde se encontra uma reserva de mata atlântica, com diferentes espécies de pássaros e animais. Há também plantas únicas na região que são encontradas lá.

Clima: O clima no município é subtropical, mas com calor marcante no verão e frio moderado no inverno, marcando bastante cada estação do ano. As Precipitações Pluviométricas são de 1 400 mm. No verão, é comum a estiagem no Lago Guaíba, o que deixa o nível muito abaixo do normal e que, às vezes, prejudica o abastecimento em algumas regiões. Em 2006, a menor marca registrada foi de quatro centímetros acima do nível do mar.

Personalidades históricas
Gomes Jardim
Carlos Nobre
Fernando Worm
Ruy Coelho Gonçalves
Gastão Leão
Solon Tavares
Ismael Chaves Barcelos
Ilton Daniel Ovalhe




Fotos da cidade






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